domingo, 29 de novembro de 2015

Capítulo: Infelicidade Byroniana

Russell, Bertrand. A conquista da felicidade.


Proposta de atividade vinculada à disciplina Semântica e Pragmática, realizada em 2/2015, pela aluna Débora Vieira Reinaldo, com orientação da Profª. Deborah Gomes de Paula e sob a direção da Profª. Joana Ormundo do curso de Letras- Campus Vergueiro da Universidade Paulista Unip São Paulo.

02/11 - A infelicidade e a felicidade caminham de mãos dadas
A infelicidade é uma forma de felicidade e satisfação para muitas pessoas. Procurar entender/compreender demasiadamente é luxo e traz infelicidade ao indivíduo, pois ao saber demais, terá conclusões ou respostas não muito satisfatórias e alegres, mas que de alguma forma, traz orgulho a pessoa que tanto procurou e se empenhou. E cada dor ou “sofrência”, traz compensação e aprendizado. E realmente, a busca pela infelicidade é muito comum. Um exemplo disso é um relacionamento que acabou, e a pessoa sente a necessidade de se martirizar, pesquisando sobre a vida do outro, para saber o que a pessoa anda fazendo da vida, com que está saindo, e principalmente, saber se esta com outra pessoa. E mesmo sabendo que essa ultima opção pode se concretizar, ainda sim, ela vai à busca, para sentir-se infeliz e logo após colocar defeitos naquela pessoa, sentindo o prazer da infelicidade, sentindo a felicidade que vem da infelicidade. Provando que a infelicidade e a felicidade estão ali, lado a lado.

03/11 -  Não existem obstáculos
Quando algo está ruim, precisamos procurar algo que nos faça feliz e o autor quis passar justamente isso quando diz que a felicidade e a infelicidade dependem das circunstâncias, e que, se algo mostra-se infeliz, a pessoa deve procurar algo que a faça feliz, para substituir a dor pela alegria e provando que não existem obstáculos para a alegria ser alcançada, basta a simples substituição. Mas se o sofrimento for colocado a frende da alegria, ahhh meu amigo, você estará procurando pelo em ovo, pois esse sofrimento é desnecessário e se ele vem a frente de tudo, na verdade nem você mesmo se reconhece, você precisa colocar a alegria até mesmo no sofrimento, por que alias, a maldade e a tristeza estão em todos os lugares.

04/11 - O luxo do saber
O saber demais é uma vaidade, vaidade que traz infelicidade, e alias tudo na vida é vaidade. O autor de Eclesiastes, diz que a sabedoria o machucava, e que mesmo que ele tentasse, não conseguia se livrar dela e perguntou a si mesmo qual a necessidade dessa sabedoria toda, mas assim percebeu que mais uma vez isso era uma vaidade.
E na realidade, o ser humano só percebe a vaidade quando algo vem fácil, quando se tem além do necessário, ou quando é lhe dado sem dificuldades e esforços, e quando isso ocorre, não existe felicidade.

05/11 - Compartilhamento da vida
Nada é permanente, tudo está em completo movimento e nunca se torna para sempre. Uma pessoa trabalha e trabalha, para no final morrer, e deixar tudo o que conseguiu para seus filhos, e repete-se o processo. No final de sua vida quem irá aproveitar do fruto de seu trabalho serão seus filhos e não você, é algo um tanto sem propósito se pararmos para analisar apenas por esse lado, mas nem tudo é como parece ser, porque cada um tem sua época, cada um foi herdeiro um dia e desfrutou dos prazeres do outro, para assim, poder dar prazer ao próximo e se esse prazer fosse eterno não teria a mesma graça, a alegria perderia sua essência, pois a mesma alegria todos os dias, traria infelicidade, por isso o melhor é deixar essa alegria pronta para seu herdeiro desfruta-la. Uma hora o que era bom pra você, passa a não ter mais graça, e você tem que estar pronto para partir e deixar que isso se torne novo para o outro.

06/11 – Reticências...
Em uma declaração, Krutch diz “Quanto a esta desgraçada época atual, acossada por fantasmas de um mundo morto e que não se sente à vontade consigo mesma, seu problema não é muito diferente do problema de um adolescente que ainda não aprendeu a orientar-se sem recorrer a mitologia em cujo meio se passou a infância”, o texto afirma que a declaração é correta e que é cabível a alguns intelectuais que não sabem nada sobre o mundo moderno e que prefere a segurança de coisas infantis à incerteza da ciência, que pode não ter uma resposta concreta e deixar “aos ares”. Krutch se revolta pelos outros filósofos terem medo de ir além, pois esse saber e esse conhecimento, para ele é necessário e assim como para Darwin e Huxley, a ciência não lhe deu algo que ele esperava, deixou algo no ar. Mas o autor diz que é um erro tremendo pensar que a ciência não lhes deu o que ele queria, e é um erro comum para alguém que tem mais dinheiro, pois Krutch era americano e os americanos naquela época recebiam um salário maior, portanto esse luxo de pensar assim da ciência era mais porque ele tinha uma renda mais alta e que pensar da forma dele é ser pessimista. Não compreendi o que a primeira Guerra tem a ver com o fato da ciência, mas acredito que possa ser um possível causador do pensamento de Krutch e que acabou o deixando impregnado na maioria das pessoas e Roger Bacon critica isso, critica a sociedade atual, critica também o modo de viver, a ganância, a cobiça, e o autor acredita que o pensamento de Bacon seja tudo por causa da Guerra, da pobreza e da violência, que moldou sua mente para pensar dessa forma. Bacon diz que a vida dos pagãos era muito melhor do que a da sociedade do presente, afirmando que eram muito mais civilizados e com vidas muito melhores que as nossas. Se for parado para analisar até onde o autor diz que o pensamento de Bacon provém das Guerras, podemos discordar, porque a Guerra não é o único causador dessa postura, mas depois a opinião se dissolve se lembrarmos de que os pagãos viviam com o campo, com a natureza, uma sociedade não capitalista, com muito menos problemas.

07/11 - O amor
Krutch e os autores vitorianos descrevem o amor comparando-o com Deus, mostrando que devemos dar a vida pelo amor, e fazer todos os sacrifícios possíveis, devemos tratar como a coisa mais importante do mundo, e que a pessoa amada deve ser elogiada e receber méritos, mesmo que esse mérito não tenha sido conseguido por si próprio, a admiração tinha que ser muito grande e toda aquela a melancolia possível. E porque o amor era tão importante, surgiu o tabu do sexo, que dizia-se que era mau e faziam todo “auê” para enfatizar isto. Mas a fome de sexo nessa época era gigantesca, e acho que até por causa disso que eles sentiam a necessidade de enfatizar tanto que isso fazia mal. E por fazer mal, o sexo teve uma importância tão grande quanto tem (ou tinha) hoje em dia, de que não devemos fazer com qualquer pessoa. O amor que os autores diziam e esperavam que fossem correspondidos, é um tanto quanto cínico, como no texto mesmo diz, pois é algo bastante mentiroso, e digamos que bem peculiar. O amor dos tempos atuais é muito mais real, e não tem esse padrão todo de melancolia, e tem muito mais essência, do que o da época vitoriana. Concordo plenamente quando o texto diz que o amor é essencial para superar varias barreiras, como a do ego, pois você deixa de olha apenas para si e passa olhar a outra pessoa com o amor que você se admirava, e sua visão do mundo muda completamente, tudo se amplia e você para de viver dentro de uma caixinha.

09/11 - Nada melhor que uma companhia
O autor discorda dos Estoicos e dos primeiros cristãos de que você consegue atingir a felicidade suprema e tudo o que você quiser sozinho, sem outra pessoa ao seu lado para ajudar, que sozinho você pode alcançar os prazeres maiores da vida. Ele acredita que todos precisam da cooperação de outra pessoa, e principalmente, precisamos da cooperação do amor. Concordo que em alguns aspectos, em algumas ocasiões, o melhor é estar sozinho, mas para construir as coisas mais importantes da vida, no momento de sua conquista, o melhor é ter alguém ao seu lado, que te ame, te ajude e que tenha cooperado para que tudo tenha se concretizado tão bem.

10/11 - Divina tragédia
A tragédia e os problemas não podem ser tratados igualmente em todos os casos. Cada caso é um caso e não deve ser comparado, pois não terá o mesmo efeito. Na época de Shakespeare, a morte individual era considerada trágica, diferentemente de hoje em dia, que é tratada como um processo natural, ou algo banal, e só é considerado trágico, quando alguém importante ou um grupo grande morre, é necessário que seja assim para chamar atenção e ser considerado trágico. E realmente, se pararmos para analisar a sociedade de hoje em dia, é exatamente assim que acontece. Um grande exemplo é um indigente, se morrer, ninguém se comove, nem acha trágico, porque simplesmente não tinha um papel importante na sociedade, onde todos o conheciam. Mas se parar para se comover com todas as mortes, precisaríamos estar extremamente preparados, e realmente ter visão ampla da sociedade, para saber que ninguém se importa. E assim é para os escritores de tragédias, como foi Krutch, que escreveu muito desespero e emoção. Para tudo isso é preciso ter contato com a comunidade, para compreender a felicidade plena e a tristeza profunda, que é a tragédia. 

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